A Lesão Renal Aguda (LRA) em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) é uma situação frequente que surge como parte ou consequência de uma falência multiorgânica.
A severidade da doença, muitas vezes associada ao Síndrome de Disfunção Multiorgânica (MODS) relaciona taxas de mortalidade que rondam os 30% a 70%, sendo que 5% a 10% destes doentes chegam mesmo a necessitar de uma técnica de substituição renal.
A etiologia da LRA, nestes doentes é consequentemente multifatorial e frequentemente relacionada com a sepsis, alterações hemodinâmicas, insuficiência cardíaca ou cirurgia cardíaca, falência hepática.
Embora antes considerada uma medida extraordinária, a capacidade de realização de Técnicas de Suporte Renal, mesmo num cenário de instabilidade hemodinâmica acentuada, tornou-se rotina. No entanto, uma incerteza substancial permanece em relação a muitos dos aspetos fundamentais da gestão de técnicas de substituição renal incluindo: o momento ideal de iniciação; sendo adicionalmente complexa a escolha da técnica, uma vez que existem vários métodos disponíveis e, dentro de cada método, existem diferentes características intrínsecas. Todo este conjunto de possibilidades de suporte renal leva a uma heterogeneidade de ação clínica perante a diversidade de doentes que surgem.
Neste contexto é exigido ao enfermeiro conhecimento científico e competências técnicas que lhes permita fazer um raciocínio clínico critico-reflexivo na gestão da técnica, através da identificação de diagnósticos de enfermagem, definição de intervenções especificas e avaliação de resultados direcionadas ao doente crítico.